Se eu pudesse resumir em uma frase a minha hospedagem no Eolo seria esta: um hotel que me senti em casa.
Sabe quando a gente viaja para a fazenda de um grande amigo e é tratado como um rei? Quando os funcionários te mimam, te acolhem e são muito gentis? Quando você relaxa tanto que não quer ir embora?
Pois então! Foi assim que me senti em dois dias intensos no Eolo, na Patagônia Argentina.
Há tempos queria conhecer a Terra dos Glaciares, El Calafate. A hospedagem no Eolo estava certamente no meu radar.
Foi quando eu e minha amiga jornalista Claudia Liechavicius fomos convidadas a visitar o hotel. Arrumamos nossa malinha de mão e lá fomos nós com nossos casacos e botas prontas para explorar o friozinho argentino.
Tipo de viagem fácil para chegar, a três horas de voo de Buenos Aires. O Eolo fica na província de Santa Cruz, sul da Patagônia, próximo à fronteira do Chile e a meio caminho de El Calafate e do Parque Nacional dos Glaciares, onde está o famoso Perito Moreno, principal ponto turístico que trouxe fama à região. Ao mesmo tempo fica longe da agitação turística, numa fazenda de 4.000 hectares onde reina soberano num ambiente de silêncio absoluto quebrado apenas pelo canto dos pássaros.
Chegamos no pequeno e moderninho aeroporto de El Calafate e seguimos por uns 20 minutos pela estrada mais linda da vida, desenhada por cordilheiras, montanhas com picos nevados e o Lago Argentino com suas águas azuis dando o tom da paisagem. Cruzamos por flamingos (muitos!), patos, aves e lebres serelepes pelo caminho.
Ao avistar o casarão no alto, solto e imponente tive a sensação de estar num filme. As raízes indígenas do espaço onde foi construído, as vivências dos primeiros habitantes europeus da região, o espírito aventureiro dos milhares de viajantes que pisaram esta terra, tudo faz a gente se sentir num filme. Sério. É de babar!
O hotel faz parte do seleto time do selo Relais & Chateaux e por aí a gente já entende o que vem pela frente.
Fomos recebidas por uma gentil funcionária que foi passando as informações de nossa programação com café quentinho e quitutes fresquinhos.
Sentamos em sofás de couros confortáveis no salão principal, com janelões debruçados para a estepe patagônica. Aliás, para todos os lados e em todos os cômodos há grandes vidros trazendo a natureza para dentro do hotel. Acho que por isso senti uma paz avassaladora invadindo meu peito durante a minha estada.
Imagine um jardim como pátio interno cheio de lavandas e flores e ao redor, as acomodações, restaurante, biblioteca, bar, spa, recepção e lojinha. É assim! Tudo harmonicamente integrado.
Para quem quer atividade, pode praticar passeios a cavalo, mountain bike, trekking e observação de pássaros. Mas que sobre tempo para desfrutar da elegância discreta das instalações, por favor!
São 17 quartos aconchegantes e de extremo bom gosto, espaçosos, com poltronas que te convidam a relaxar e se perder em pensamentos no horizonte. Os banheiros têm calefação, toalhões felpudos, amennities e sais para banho de banheira produzidos pelo hotel.
A água da pia é potável e uma bandeja de prata com linda jarra de cristal ficam na bancada elegantemente.
Os móveis e louças antigas do século XIX nos remetem às lembranças do passado. Quem passou por ali? A quem pertenceram esses objetos? Qual a história de cada um deles?
As refeições são servidas com pratos antiguinhos, misturados e cheios de harmonia.
Então vamos falar da gastronomia que é mais um ponto alto do Eolo.
As 3 refeições estão inclusas regadas a vinhos argentinos de excelência com sommelier sempre por perto para ajudar na harmonização. Chazinho da tarde também está pronto para nos receber na volta dos passeios.
O chef Juan Pablo Bonaveri utiliza e otimiza produtos regionais num menu de 3 passos muito criativo. A apresentação é impecável e o serviço dos garçons muito amável. E por falar em pessoas, parabéns ao time de funcionários. Sabem acolher com delicadeza e respeitando sempre a nossa privacidade. Sem excessos. Gosto disso!
O bar é outro cantinho aconchegante. Com carta de drinks e snacks a qualquer hora do dia para o hóspede relaxar.
O hotel conta ainda com uma pequena e charmosíssima adega para uma noite de degustação. Fizemos a de diferentes Malbecs por região da Argentina. Muito interessante compará-los.
O spa tem sauna seca, a vapor, espaço para alongamento, salas de massagem e repouso e uma pequena piscina com água quente ao ar livre. Pronto! Relaxamento concluído com sucesso!
O hotel organiza o passeio ao Perito Moreno e trekking nos glaciares. Como é uma excursão de dia todo, eles preparam nosso almoço em mochilas com tudo embalado e com muito capricho. No dia anterior, cada um escolhe o que quer. E até garrafa térmica com café quentinho tem. Um mimo! E que lugar esplendoroso é esse Perito Moreno. Assunto que terá um post completo…
No último dia fomos brindadas com céu azul e muita neve. O cenário ficou diferente e encantador!
Depois desses dois dias extraordinários, sabe o que falta?
Voltar com meu marido e curtir o romance que o Eolo proporciona!
