Que tal visitar um destino “selvagem”?

Esse foi o destino mais selvagem que conheci: San Blás, no Panamá. No sentido de ser pouco explorado, de ter quase nada de recursos, nenhum hotel, tudo bem simples mas paradisíacooo!

San Blás são p conjunto de 365 ilhas que pertencem aos índios Kuna Yala que cuidam para que esse paraíso pouco “tocado” não seja invadido por grandes redes hoteleiras. Você paga uma taxa a eles para entrar e pode se hospedar em simples cabanas pelas ilhas, veleiros ou catamarãs de diversos tamanhos e preços para todos os bolsos!

India Kuna Yala
Mar caribenho

 

Existem passeios de 1 dia tipo bate-volta do Panamá mas não recomendo mesmo! Ninguém conta a ralação que é para chegar nesse paraíso! A estrada é cheia de buraco, são 3 horas de Panamá City e mais um tempo de barco até a sua acomodação. E toda essa ralação para voltar no mesmo dia, não valeee! Lembro que quase travei minha coluna.

Chovia muito forte quando chegamos e os índios te levam num barco de madeira motorizado até a sua hospedagem (no nosso caso um veleiro de 2 quartos). Batia muito o barco no mar e tive que fazer um “amortecedor” com os joelhos para não bater com a coluna no banquinho duro! Os gringos do meu lado quase piraram. Uma loucura.

Mas depois da ralação é só relaxar! Você vê pouquíssimas pessoas ou quase ninguém nas ilhas. Isso me encanta. Nada como fugir das multidões e encontrar um pedacinho de areia só para você!

Nosso veleiro SV Good Run

Escolhi meu veleiro com a @cocosailing e deu tudo certo. Também tem a @sailinglifeexperience muito boa também (dica da @lalarebelo).

Como fui entre Natal e Reveillon os preços estavam bemmm altos e a maioria das embarcações já reservadas. Nosso veleiro era o @svgoodrun de 2 jovens brasileiros que estavam lá de passagem para juntar uma graninha e partir para uma expedição ao Tahiti. Um era o cozinheiro que saía para pescar o nosso almoço e voltava com peixes frescos. Preparava um delicioso ceviche e peixe assado com batatas. O outro era o marinheiro cheio de estórias para contar. Ambos fazendo de tudo para que a gente curtisse a experiência. Sim! É uma experiência bem diferente essa viagem. E não é para todo estilo de viajante, não. É preciso gostar de “menos”, gostar de contemplar, dormir cedo e curtir o silêncio do mar.

                     

Uma opção melhor do que o saveiro que escolhemos seria um catamarã maior e mais confortável. Mas como éramos só eu e meu marido ficaria muito caro, já que os catamarãs acomodam mais pessoas. Preferimos assim porque também não queríamos dividir um barco com pessoas desconhecidas. Vai que o grupo não era legal? Aí não teria para onde fugir!

                 

 

Taxas a pagar e como chegar

São US$ 22 de taxa de entrada + US$ 30 por pessoa ida e volta.

Um carro 4X4 te busca no hotel em Panamá City às 5h da matina ao custo de US$ 50, dólares por pessoa ida e volta, dividindo o carro com outras pessoas. São 3 horas de carro até a reserva indígena, um espaço bem precário cheio de mosquitos e com uma cabana com vaso sanitário bem simples e sujinho.  De lá você é direcionado pro seu barco. Mas tudo muito lento e pouco organizado. Não quero te desencorajar, não! Só quero que vá preparado. Mesmo com todo esse perrengue, vale super a pena!!!

Calma! Ainda tem mais 1h de lanchinha batendo muito (que já falei: proteja a coluna).

Os índios colocam um sacão de lixo protegendo a sua mala para não molhar. A lanchinha te leva até seu barco ou até a ilha que vai se hospedar.

Acho que vale por esse visual, né?

 

Hospedagens nas ilhas 

Em alta temporada as embarcações pedem um mínimo de 3 a 4 noites que variam em torno de US$600 a diária. Ficando em cabanas é em torno de US$59 por pessoa com banheiro comunitário e tudo que li era que eram bem simples e tudo meio sujo. Pesquise bem e leia os reviews.

Olha as cores da água!

 

Super dicas para San Blás

  • Leve repelente porque no porto tem mosquito.
  • Leve mala pequena tanto se ficar em barco como nas ilhas. E sem rodinhas! Imagine mala de rodinha na areia, não rola!
  • Faça comprinhas antes de ir! Biscoito, vinho, cerveja, queijinho! Nunca se sabe como será a recepção do seu capitão e se gostará da comida do seu chef.
  • Leve seu passaporte. Os índios pedem na hora que pagamos a taxa local.

 

A água é realmente transparente, azul, linda. Caribe, né? Rs rs.  Como são muitas ilhas optamos por visitar as mais desertas, não encontramos nenhum turista sequer. A nossa opção foi navegar por lados desertos mesmo.

As mais famosas são: Isla Aguja, Isla Anzuelo,Isla Hierba, Isla Perro Grande e Perro Chico entre outras. E a famosa Piscina de Estrelas com diversas estrelas do mar. Confesso que nem fui. Me incomoda um pouco ver a galera pegando as estrelas do mar para tirar foto. Deixa as coitadinhas quietas, genteee! E achamos estrelas do mar em outras ilhas. A nossa ideia como falei era fugir dos lugares turísticos e explorar tudo mais genuíno mesmo, sem gente, sem aluguel de nada, sabe?

Achamos 1 estrelinhas mas deixamos ela lá quietinha!!!

 

As ilhas são bonitas mas não são tão variadas, a vegetação é bem parecida entre elas: coqueiros, palmeiras, areia branca e fina. Costumo dizer que é “variação do mesmo tema”. Mas um tema caribenho é bem especial!

                         

A rotina dessa viagem foi bem diferente de tudo que já fiz, por isso curti muito.

Delícia acordar cedinho com o nascer do sol e a brisa fresca da manhã. O cheirinho do café já na mesa esperando por nós.

o nascer do sol em San Blás

Todos os dias de manhã era o momento das compras das frutas e legumes frescos que chegam em pequenos barcos e nosso chef escolhia para os pratos do dia.

a compra da “feirinha” do dia

Depois é hora de navegar, parar para caminhar em ilhas de águas calmas e quentinhas, fazer snorkelling, pegar um sol. Enquanto isso, nosso cozinheiro saía pro mar para pescar o nosso almoço.

Almocinho garantido!!

Visitamos uma pequena ilha onde vivem alguns índios que vendem conchas para quem se interessa. Olha abaixo a foto da casinha que eles construíram só com o lixo que acharam no mar. Inacreditável.

Uma casinha feita de lixo que vem do mar

 

Hora de voltar pro barco abrir um vinho e curtir a calmaria. Sentávamos com nossos tripulantes nas refeições e ficávamos de prosa. Bem agradável. E assim o dia passava, curtíamos o pôr-do-sol daqueles que pincelam o céu de um laranja forte. Tudo que amo.

Nosso marinheiro e chef de cozinha
Sunset único!

E a noite caía, a lua iluminava o mar. Dormíamos cedo, no silêncio em enseadas calmas protegidas do vento. Uma viagem para “estar”, namorar, contemplar o belo, velejar e agradecer por ainda existir um lugar “selvagem” assim no mundo.

Paraíso só para gente!

Conjugue sua ida a San Blás com 2 dias no Panamá. Fiquei bem impressionada com Panamá City, especialmente o Casco Viejo. Muito cantinho especial para explorar. Mas isso é assunto para outro post…

 

 

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