Há tempos planejava uma viagem para Alter do Chão, o “Caribe amazônico”, no Pará. Um destino recheado de roteiros ecológicos, de turismo de aventura, pesca artesanal e imersão em comunidades ribeirinhas. Uma viagem que supera o aspecto físico e faz a gente mergulhar não só em belíssimas praias de rio, como também num mundo rico de cores e sabores locais. Conheci pessoas simples e cheias de cultura, visitei lugares mágicos, apreciei sabores da terra, descansei respirando o oxigênio da floresta, conheci o poder do Rio Tapajós e vivi momentos inesquecíveis.

Cada sunset de babar!

Como pode um lugar pacato e descontraído surpreender tanto? Você vai entender ao ler esse post.

Alter do Chão vem chamando atenção no turismo brasileiro. A cidade fica a aproximadamente 30 minutos de carro de Santarém, que recebe voos diários operados pela Azul, Latam e Gol. Para vivenciar a Amazônia paraense escolhi a hospedagem perfeita e que alinhou todo o conceito da viagem: a Vila de Alter, uma pousada boutique com apenas seis acomodações em meio a uma mini floresta de cerca de 4.000 mil metros quadrados com direito a macaquinhos e preguiças nos recepcionando. É sobre ela que vamos falar hoje!

O charme do meu bangalô

Os bangalôs foram batizados com nomes de espécies da flora amazônica. Construídos com madeira de reflorestamento e telhas de fibras vegetais recicladas, têm decoração aconchegante que traz a rusticidade em objetos da comunidade ribeirinha local. Equipados com cama queen size, ar condicionado, ventilador de teto, TV, frigobar, secador de cabelo, amenidades de banho, chuveirão quente, lençóis 400 fios e toalhas de algodão puro. Na varanda uma rede para balançar, assim como toda casa paraense tem a sua!

Veja como os nomes são especiais: Inajá, Tucumã, Cumaru, Urucum, Piquiá e Mururé. Que simpático apresentar seus espaços dessa forma além de ser uma bela reverência à natureza.

Rusticidade com conforto no interior do quarto.
Banheiro em madeira reflorestada
Curtinho minha rede paraense

Quando o portão se abre, já sentimos a vibração de paz. A recepção ou “lobby” chama-se Samaúma, ela é toda aberta ampliando sua conexão com a natureza. A Samaúma é conhecida como a árvore da vida, sempre com uma copa gigante e frondosa com fortes raízes usadas na comunicação dos povos da floresta, por meio do som de batidas em suas extensas estruturas. Abraçar uma árvore dessas é preciso ter mais de 12 pessoas! 

Samaúma, a recepção integrada

Uma passarela de madeira reflorestada nos liga a todos os espaços do hotel. À medida que caminhamos e respiramos aquele ar puro vamos desacelerando. A voz baixa um tom, o passo fica mais calmo e os sentidos mais apurados.

Sente a paz desse lugar

A lojinha, chamada de “Seiva” é um pequeno empório que vende peças artesanais de indígenas e guloseimas de pequenos produtores locais da região, excelente oportunidade de levar uma memória afetiva para casa e ainda prestigiar a arte local.

A pousada conta também com uma cafeteria a “Camu-Camu” (árvore frutífera da Amazônia cujos frutos têm muita vitamina C), que fica aberta e cada um anota o que consumir. Amo essa confiança ❤️. Um espaço gostoso para interagir com outros hóspedes, jogar cartas ou apenas relaxar. Mas se preferir ficar sossegadamente na sua, tem o “Uxi”, espaço zen para curtir o silêncio da floresta ou ler um livro. Para curtir uma massagem, use o cantinho chamado “Vitória-Régia” e agende sua terapia ao ar livre.

Camu-Camu a charmosa cafeteria
Curtindo meu cafezinho

E olha que bacana! Tem um ofurô  apelidado de “piscina amazônica” que é um pequeno barco regional (chamado bajara) e instalado no meio da pousada. A água está sempre geladinha e perfeita para se refrescar nos dias quentes do Pará. Achei tão original. Nunca vi nada parecido antes. Uma piscina comum nesse lugar não daria match algum, né?

Ofurô amazônico

Em 2019, a Vila de Alter conquistou o Prêmio Trip Travellers Choice como uma das 25 melhores pousadas do Brasil. Entendi porque. Além de fazer parte do selecionado portfólio do Circuito Elegante, claro!

As proprietárias Andréa Aymar e Regina Santos criaram a Vila para ser 100% comprometida com o meio ambiente, adotaram diversas práticas sustentáveis, como o aproveitamento de recursos naturais, compostagem, sistema de esgoto com fossas ecológicas e telhas de fibras vegetais recicladas. Eu amo ver hotéis investindo num modelo mais sustentável. Precisamos valorizar cada vez mais hospedagens assim! Tudo é alinhado dessa forma, os funcionários são de comunidades próximas, os fornecedores com alimentos produzidos localmente, tudo como se fosse uma grande família. 

Tive a oportunidade de estar e conversar muito com Andrea. Como é contagiante o amor que ela sente pela terra e pelo belo projeto. Ali, ela recebe amorosamente o hóspede e passa um pouquinho do conceito da Vila. A gente sai de lá percebendo que ganhamos uma amiga. Não deixe de trocar um dedo de prosa com ela!

Eu, Ana Matoso (@vibrenaviagem) e a querida Andrea
Lendo a Revista do Circuito Elegante. A Vila está no portfolio deles, claro!
Cenário perfeito para relaxar

O hóspede tem bicicleta para ir ao centrinho (1,4km), ou seja, não há nenhuma necessidade de alugar carro, mesmo porque a maioria dos passeios em Alter é feito de barco. Táxis ficam a disposição também. O nosso motorista foi o Ney, educadíssimo. Ele nos buscou no aeroporto e criamos uma continha com ele e no final pagamos tudo. Anota o tel dele também que vale: (93) 99218-2021. A gente mandava whatsapp e ele buscava a gente em todos os lugares. Ah! E tudo pode ser pago com Pix também 🙌🏼.

O café da manhã, servido na varanda de cada quarto, e o lanchinho da tarde estão inclusos na hospedagem e sempre chegam com ingredientes locais da região. O  desjejum fica a nossa espera com as louças amarradinhas por paninhos estampados. Cada dia com uma cor diferente. Parece casa de vó, sabe? No dia anterior a gente recebe lápis e papel para anotar nossos pedidos e recebemos na hora que quisermos no dia seguinte. Uma campainha fica na mesa para chamar os funcionários e pedir o que quiser repetir.

Olha como vem tudo arrumadinho. Um prazer tomar um café da manhã assim!

O lanche vem numa sacola fechada e colorida, cada acomodação tem a sua cor. Fofura! Um mimo voltar cansado de um passeio e ter uma sacolinha com gostosuras super saudáveis te esperando.

Nosso lanchinho da tarde nos esperando!

Alter do Chão pode ser visitada em qualquer época do ano. Interessante é que não existe uma época melhor do que a outra e, sim, cenários diferentes em cada estação.

De fevereiro a junho, o Rio Tapajós está mais cheio e é ideal para passeios de canoa nos igapós (trechos de terra alagados). De julho a janeiro, vem a estiagem da chuva e começam a surgir os bancos de areia, formando inúmeras praias de rio com água limpa e cristalina. Ideal para banho nos igarapés (braços de rio). Em qualquer época, prepare-se para vivenciar pores do sol de cair o queixo. Fui em dezembro/22 e esse era o cenário:

Na seca vemos as raízes das árvores. Na cheia elas ficam completamente submersas
Praia de rio com água cristalina
Praias desertas só para nós

A pousada tem uma rede de parceiros que realizam passeios de barco e lancha e que super podemos confiar, pois nos mostram cantinhos que, sozinhos, nunca descobriríamos. Fizemos os passeios com o Geovani, pessoa além de querida e cheia de conhecimento, ainda é um exímio fotógrafo e vídeo maker. Me esbaldei! Rs rs. Já salva o tel dele  (93) 9134-5419. Fiz passeios exclusivos e me encantei com o destino. Mas esse é assunto para o próximo post!

Geovani nos dando as boas-vindas com água do Rio Tapajós
Próximo post conto sobre o Jardim das Vitórias-régias, essa belezura da D.Dulce!

Cuecaturete! 

Muito obrigada por nos receber tão bem e plantar mais uma semente de respeito e valorização da nossa Amazônia. A Vila de Alter é daqueles lugares que nos faz refletir que não precisamos de muito para viver!

Amei! Indico! Volto!

Toda minha viagem está salva no meu Instagram @natripdaju no destaque “Alter do Chão”. Vai lá se inspirar!

viladealter@viladealter.com.br

reservas@viladealter.com.br

+55 [93] 99212 2338

Obrigada, Senhor!

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